sexta-feira, 3 de julho de 2009

Desabafo de um pai preocupado com o futuro

Texto originalmente publicado no Blog Gigante Colorado em 3 de julho de 2009.

E tem gente que ainda tem a cara de pau de dizer que não é por racismo que chamam os Colorados de macaco. Demorou pra botarem a mão na consciência e parar de acobertar os racistas que se escondem lá no meio. Enquanto uns acham que é "folclore" os doentes podem exercer seu racismo numa boa, debaixo do amplo guarda-sol da "rivalidade GreNal".
Aos que são Gremistas e estão incentivando seus filhos a entrarem no Mundo de futebol, ensinem eles que não precisam perpetuar os insultos racistas para serem bons Gremistas, que o Grêmio é muito maior do que isto, que o autor do melhor hino de Clubes do País, justamente o de vocês, era negro, assim como várias figuras marcante da história do futebol do Grêmio, e não deixem que elas fiquem ignorantes em relação à origem deste "apelido". Nos chamam de macaco pelo mesmo motivo que os Argentinos chamam os Brasileiros de macacos, por causa dos negros. Isso não é apelido, é ofensa de origem racial. As nossas crianças serão os torcedores de amanhã, depende também delas o comportamento que nossas torcidas terão.

Que sou Colorado fanático não é novidade pra ninguém, o que poucos devem sonhar é que não sou anti-Gremista, inclusive já fui em vários jogos do Grêmio no Olímpico, na torcida do Grêmio (e não era GreNal). Na final contra o Ajax, por mais que eu não quisesse ver o Grêmio sendo Bi sem que meu time tivesse sequer uma Libertadores, não consegui torcer pros Holandeses, torci pro representante dos Pampas que lá estava, assim como meu irmão Gremista acabou torcendo pelo Inter contra o Barcelona.
Cuido muito para que o meu filho não leve a rivalidade GreNal para fora do Estádio, que cada um tem seu gosto e deve ser respeitado, alerto sempre que ele não precisa ser anti-Grêmio pra ser Colorado nem nada destas coisas ruins que envolvem as torcidas de futebol, principalmente esta nossa nem sempre sadia rivalidade. Ficaria muito triste se ele acabasse virando Gremista, mas ficarei muito mais se acabar virando um Colorado que não sabe torcer de maneira pacífica.

Torcida gremista faz insulto racial contra Elicarlos

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

GreNal de vitória e ensinamento

Texto publicado originalmente no Blog Gigante Colorado em 09/02/2009


Foto: Daniel Marenco, retirada do site ClicRBS

Nada melhor do que voltar a escrever no Blog Gigante Colorado após mais uma vitória em GreNal.
Fiquei muito tempo longe, mas espero voltar ao ritmo original.

Bueno, antes de mais nada quero agradecer os colegas da Comunidade Sport Club Internacional 1909
por mais um bom debate por lá, motivação para eu vir aqui escrever mais uma vez sobre esquema tático. Em especial, agradeço os colegas Marcus Vinicius - autor do tópico em questão -, Felipe Dêntice e Tiago, os que mais contribuíram até o momento da criação deste texto que agora escrevo.

Mais um GreNal que saímos vitoriosos, mais um GreNal em que "eles" desceram a madeira e o Carlos Simon - cada dia mais político e menos árbitro de futebol, infelizmente - só foi começar a distribuir cartões no segundo tempo, com excessão de um lance no fim do 1o que não tinha como não dar amarelo. Mas como sempre houve erros de arbitragem para os dois lados - não expulsão do Réver em lance com Nilmar e o impedimento mal marcado do Jonas - mas que mais uma vez não mudariam o placar, já que o lance com o Nilmar foi antes do lance de impedimento. Faz parte, estou pra ver o dia em que o trio de arbitragem não irá cometer nenhum erro, assim como nenhum jogador furar em bola, perder gol feito e um dos goleiros cometer alguma falha (não necessariamente resultando em gol).

Mas o mais importante de tudo, além dos 3 pontos em cima do eterno rival, foi a impressão de que esse esquema com D'Alessandro, Alex, Taison e Nilmar, tendo Magrão e Guiña na 1a linha de meio-campo, precisa de MUITO TREINO para poder enfrentar adversários mais qualificados do que os que vinham sendo enfrentados no Gauchão até ontem. A torcida Colorada estava impaciente, queria porque queria ver este esquema em ação a qualquer custo, muitos acreditando que este esquema "não tem como não dar certo, é só dar a camisa pros caras e vamos embora". Ontem se viu que não é bem assim, como alguns torcedores e alguns comentaristas já vinham alertando. No 1o tempo o que se viu foi o aluguel do meio-campo Colorado pelo time Tricolor. Quando o Inter tinha a bola no pé era bonito de se ver, ainda que tenha faltado um pouco de calma, retenção de bola, mas os passes saíam. O problema era sem a redonda... Alex não acompanhou niguém, Taison correu por ele e Alex mas não conseguiu dar compactação ao meio-campo. D'Alessandro como sempre ajudou a diminuir os espaços no meio, mas não foi suficiente, o meio-campo tinha dono, e não era o Inter.

Na volta para o 2o tempo o Tite teve a coragem necessária para arrumar o time tirando nada mais nada menos que Alex, craque de 2008. Colocou em seu lugar o trabalhador Andrézinho, um jogador que já foi atacante, meia e hoje tem suas melhores atuações na 3a função de meio-campo (não vou dizer 3a volância por causa do preconceito que este termo sofre no Brasil, embora o nome desta função seja este). Mais uma vez ele entrou para jogar ao lado de um meia (no caso D'Alessandro) e mais uma vez ele fechou o meio-campo, auxiliando a primeira dupla de volantes na marcação e saindo com qualidade para o ataque. Coisa que Alex não sabe fazer. Alex infelizmente nunca rendeu jogando no meio-campo com outro meia ao seu lado quando o adversário não se preocupa apenas em marcar e nem sequer sai pro contra-ataque. Foi assim no Mundial, quando a entrada de Vargas - outro 3o volante, mas que joga mais na 2a volância do que na 3a, não tem tanta qualidade ofensiva quanto Andrézinho - arrumou o time do Inter. Foi assim também em 2007 quando dividiu o meio campo com Fernandão, enfim...

Dá gosto de ver o time com estes 4 excelentes jogadores em campo? Não tem a menor dúvida que dá.
Mas precisa suar muito a camisa nos treinos para que o bonito vanha a ser competitivo, o que ainda não é. É como o Real Madrid da era "Galáticos", lembram? A nomitada era a coisa mais linda, enquanto a sala de troféus juntava pó...

Alex terá que aprender a jogar com um meia ao seu lado e apenas dois volantes atrás, do contrário terá que disputar vaga com D'Alessandro, paciência.
Alex no ataque já vimos que sobrecarrega o Nilmar, o ataque fica órfão. Com Alex escalado ao lado dele não temos nem dois atacantes nem 5 meio-campistas, temos 4 meio-campistas, um atacante e o Alex.
Alex no meio-campo, ao lado do D'Alessandro, tem que aprender a contribuir para a marcação, fechar os espaços, compor o meio-campo, dar combate nos volantes, fazer o primeiro combate, como o D'Alessandro faz. SE ele aprender a jogar assim, estamos feitos, do contrário Alex e D'Alessandro disputam o mesmo lugar no time.

Mas a Torcida Colorada terá que aprender com algo com a qual ela não está acostumada - ao menos a parte dela que viveu os anos 80 e 90:
Time bom é isso aí, algum jogador bom de bola que seria titular em vários times tem que aguentar um banco aqui.

Ou este time que jogou ontem treina forte para arrumar estes defeitos apresentados, ou algum bom jogador terá que ir pro banco. Tem torcedor pedindo a saída do Magrão para a entrada do Sandro, tem outros que pedem a entrada do capitão da Sub-20 como 1o volante adiantando Magrão e Guiña para uma segunda linha de meio-campo saindo Alex, outros pedem o mesmo mas tirando Taison.
Entre Magrão, Taison e Alex, a hierarquia momentânea os coloca nesta ordem para serem retirados do time titular, embora eu ache que pelo bem do time quem deveria sair é o último, justamente o mais difícil de tirar.
Ou isso, ou o time aprende a jogar de forma competitiva com esta nominata - sem esquecer que Kleber é titualr da lateral esquerda, ontem Tite disse que ele não começou o jogo por causa da falta de ritmo.

Pra fechar: que jogada a do segundo gol do Inter, hein oh? Bah!

Frases que nasceram junto com o futebol

Texto originalmente publicado no Blog Gigante Colorado em 09/02/2009

Quem já jogou algum campeonato - seja de várzea, da escola, da rua, do condomínio, ou um jogo mais "pegado" conta aquele time que sempre joga toda a semana - já pensou, escutou ou falou para um companheiro seu:
-Aperta que ele peida;
ou ainda:
-Dá nele que ele amarela;
e finalmente:
-Dá nele que ele pipoca.

A não ser que nunca tenham jogado na defesa ou no meio, tenho certeza que quem já jogou algum jogo "mais sério" em que o que realmente importava era o resultado final, já vivenciou isto.
Tem jogos que mesmo sem conhecer o adversário tu vês que um que outro "ciscador deles" é de papel, é só dar uma chegada mais forte que ele ou vai se mudar pro outro lado do campo ou vai passar o resto do jogo se escondendo. Não precisa quebrar o cara nem passar o jogo inteiro descendo a madeira, basta uma ou outra chegada "mais forte" e tá resolvido o problema.
Podem não gostar, dizer que é coisa de brucutu perna-de-pau, mas já anulou muito meia xarope e atacante arisco.

E digo mais: tá pra nascer o treinador que não dá um alô no seu sistema defensivo pra dar uma chegada mais forte nesse ou naquele pra ver se o cara aguenta. Futebol é diversão pra quem está na arquibancada, pra quem está lá dentro é profissão que exige resultado. O que tá errado não é o cara chegar mais forte pra ver se o louco aguenta, até porque tem juíz pra coibir os abusos, o que está errado é o cara entrar pra lesionar o adversário, isso sim.

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Adendo ao texto original:
Existe uma diferença entre bater pra quebrar e chegar pra intimidar.

O que escrevi aqui é pra alertar que futebol é muito mais do que bola no pé, o lado psicológico fala MUITO alto numa partida "valendo". Tirar proveito disso é super importante.

Não mandei bater em ninguém quando treinei, mas já botei em quadra quem eu sabia que ia chegar firme... mas quando joguei, muito dividi com tudo, dei bico na bola levantando o pé na altura do peito do adversário e tudo mais - sem agredir, apenas intimidando.